sábado, 2 de maio de 2009

Plantar gasolina e morrer a fome



Para desenvolver, é inevitável a Moçambique explorar os recursos naturais. Mas se o lucro fica em mãos erradas, de que jeito seremos ’sustentáveis’?
Com a evolução das sociedades de consumo, crescem também as necessidades de ampliação dos rendimentos agrícolas e outras fontes de alimentação…

O povo continua a milenar tradição das queimadas dos solos para desbravamento das florestas para o cultivo. Com esta atitude, a fauna local fica comprometida, que por sua vez também afecta o homem.

Nestas andanças das queimadas, são destruídos em Moçambique cerca de 219 mil hectares de florestas ao ano, o que equivale a 405.500 campos de futebol.

Esta autodestruição não passou despercebida aos políticos, que já um adotaram o slogan para combate a efermidade; “Não às queimadas descontroladas, reduza a pobreza”. Se para além do slogan existe alguma campanha não sei dizer, mas o slogan já esta fazendo manchetes nos jornais.
Os animais e o Homem lutam pelo mesmo pedaço de chão, sendo o animal dizimado.

As florestas são mutiladas. Moçambique é um grande exportador de madeira preciosa para o mundo. Para o maior comprador de matéria prima do mundo, isso é muito bom.

Através de comerciantes menos escrupulosos, são pilhados em forma de exportação, milhares de torros de madeira com o consentimento e conivência das autoridades.

O governo tenta promover o turismo… Vai tentando… Que de certa forma consegue atrair mergulhadores que destróem os nossos ricos corais.

Vão construindo casas, hotéis e resorts nas praias sem obedecer as regras básicas de protecção costeira, hoje as praias vão se perdendo ao mar. A orla marítima, abandonada a sua sorte, vai se desmoronando como um castelo de cartas levado pela erosão. Belas praias acabam desaparecendo deste modo a olhos vistos. Todo o mundo lamenta mas nada se faz.

Grandes fábricas são montadas para criar empregos, gerar impostos… E também para agredir o meio ambiente com sua fumaça tóxica.

Quando o preço do barril de petróleo disparou como um foguete, o mundo começou a levar a sério a ideia de combustíveis alternativos. Moçambique também não ficou atrás. Vastos hectares de terra foram cedidos para a o projeto de biocombustíveis. A população planta “gasolina e morre a fome”. É certo que temos de diminuir a dependência da energia fóssil. Mas nós exportamos carvão mineral em Tete através do projeto da Vale; prospecções de petróleo se desenvolvem no norte do país. Mais poluição… necessária!?…

O país necessita de fontes de energía sustentável, precisa gerar divisas, precisa sobreviver. Mas nesta situação, como ser sustentável, agir de maneira saudável e sem agredir o ecossistema?

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